Explanation, argumentation and dialogic interactions in science classrooms

Abstract

As a responsive article to Miranda Rocksén’s paper “The many roles of ‘explanation’ in science education: a case study”, this paper aims to emphasize the importance of the two central themes of her paper: dialogic approaches in science education and the role of explanations in science classrooms. I start discussing the concepts of dialogue and dialogism in science classrooms contexts. Dialogism is discussed as the basic tenet from which Rocksén developed her research design and methods. In turn, dialogues in science classrooms may be considered as a particular type of discourse that allows the students’ culture, mostly based on everyday knowledge, and the science school culture, related to scientific knowledge and language to be interwoven. I argue that in school, science teachers are always committed to the resolution of differences according to a scientific position for the knowledge to be constructed. Thus, the institution of schooling constrains the ways in which dialogue can be conducted in the classrooms, as the scientific perspective will be always, beforehand, the reference for the conclusions to be reached. The second theme developed here, in dialogue with Rocksén, is about explanations in science classrooms. Based on Jean Paul Bronckart (Atividade de linguagem, textos e discursos: por um interacionismo sócio-discursivo, Educ, São Paulo, 1999), the differences and relationship between explanation and argumentation as communicative acts are re-discussed as well its practical consequences to science teaching. Finally, some epistemological questions are raised about the status of scientific explanations in relation to non-scientific ones.

Resumo

Como uma resposta ao artigo de Miranda Rocksén “The many roles of ‘explanation’ in science education: a case study”, este trabalho tem como objetivo enfatizar a importância de dois temas desenvolvidos pela autora: abordagens dialógicas na educação científica e o papel do explicações em aulas de ciências. Inicio com a discussão dos conceitos de diálogo e dialogismo nos contextos da comunicação em salas de aula de ciências. O dialogismo é discutido enquanto princípio básico que fundamenta o desenho e a metodologia da pesquisa desenvolvida por Rocksén. Por sua vez, interações dialógicas em aulas de ciências podem ser consideradas como um tipo particular de discurso que permite o entrelaçamento entre a cultura dos alunos, fortemente baseada no conhecimento da vida cotidiana, e a cultura da ciência escolar, relacionada ao conhecimento e à linguagem científicos. Nesse sentido, argumento que no contexto escolar os professores de ciências estão sempre comprometidos a perspectiva científica ao lidarem com a resolução de diferenças acerca do conhecimento a ser construído pelos estudantes. Desse modo, o contexto escolar restringe e condiciona os modos como o diálogo pode ser conduzido nas salas de aula, uma vez que a perspectiva científica será sempre, de antemão, balizadora das conclusões a serem alcançadas. O segundo tema que me proponho examinar, em diálogo com a pesquisa de Miranda Rocksén, é o das explicações nas aulas de ciências. Com base em Jean Paul Bronckart (Atividade de linguagem, textos e discursos: por um interacionismo sócio-discursivo, Educ, São Paulo, 1999), me proponho a discutir as diferenças e as relações entre explicação e argumentação enquanto atos comunicativos, bem como suas consequências práticas para o ensino de ciências. Finalmente, sugiro algumas reflexões epistemológicas sobre o status de explicações científicas em relação às não-científicas.