Xenarthrans of Brazilian Amazonia: Recent Discoveries, Knowledge Gaps, and Conservation Concerns

Abstract

Here, I summarize the recent changes in xenarthran taxonomy, analyze past collection efforts, and discuss knowledge gaps in Amazonian xenarthrans. Currently, there are 39 extant species of xenarthrans, represented by 22 armadillos, 10 anteaters, and 7 sloths: an increase in richness by 18% in the last 15 years. The majority of the new xenarthran species recently recognized have geographic ranges within Amazonia, highlighting the importance of this biome to the evolution of this autochthonous South American group. Nevertheless, studies on Brazilian xenarthrans have been conducted mainly in the Cerrado and Pantanal (for armadillos and anteaters), and Atlantic Forest (for sloths). In the Brazilian Amazon, where fully half of the xenarthran species occur, natural history information is based on few unquantified observations and short-term studies. Past research has concentrated on widely distributed species and in areas close to roads and rivers in the eastern and central portions of the biome. The knowledge gaps are even more alarming when we consider the accelerated deforestation rate in the eastern Amazon, where at least three xenarthran species are endemic. There is vast potential for future projects aiming to explore the taxonomy and ecology of xenarthrans, particularly those studies focusing on Amazonian populations.

Resumo

A superordem Xenarthra inclui tatus, preguiças e tamanduás e representa um dos clados mais antigos de mamíferos placentários. Neste capítulo eu apresento as mudanças recentes na taxonomia dos xenartras, analiso as tendências de esforço amostral na Amazônia brasileira e discuto as lacunas de conhecimento sobre os xenartras amazônicos. Após um longo hiato em estudos de taxonomia de xenartras, a última década representou um grande avanço no reconhecimento de novos táxons. Atualmente existem 39 espécies viventes, representadas por 22 tatus, 10 tamanduás e 7 preguiças, um aumento na riqueza de espécies em 18% nos últimos 15 anos. A maioria dos novos táxons reconhecidos recentemente ocorrem na Amazônia, destacando a importância do bioma para a evolução desse grupo autóctone sulamericano. No entanto, estudos sobre os xenartras brasileiros têm sido conduzidos principalmente nos biomas Cerrado e Pantanal (para tatus e tamanduás) e na Mata Atlântica (para preguiças). Informações sobre história natural das populações presentes na Amazônia brasileira, onde metade das espécies de xenartras viventes ocorre, são baseadas em poucas observações de campo e em estudos de curto prazo. Os registros de xenartras nesse bioma focaram em espécies com uma ampla distribuição, cerca de 55% dos 4335 registros levantados foram de Tamandua tetradactyla (26.4%), Dasypus novemcinctus (16.8%) e Myrmecophaga tridactyla (11.7%). Enquanto as espécies endêmicas da Amazônia possuem o menor número de registros, como Bradypus tridactylus, Choloepus didactylus, Dasypus kappleri, Dasypus beniensis e Dasypus pastasae, que juntos contabilizam apenas 11% de todos os registros no bioma. Além disso, há um claro enviesamento amostral para regiões próximas a estradas e rios nas porções leste e central da Amazônia brasileira. Em particular, os registros estão concentrados no leste dos estados do Pará e Maranhão e em áreas ao redor das cidades de Manaus e Santarém. Grande parte do oeste do estado do Amazonas, sul do Pará, Amapá, Mato Grosso e Rondônia possuem um número baixo de registros. As lacunas de conhecimento são ainda mais alarmantes quando consideramos o acelerado ritmo de desmatamento na Amazônia oriental, onde pelo menos três espécies de xenartras são endêmicas (Cyclopes rufus, C. xinguensis e Dasypus beniensis). As informações apresentadas neste capítulo demonstram que a última década representou um marco no descobrimento de novos xenartras e revelam ainda um grande potencial a ser explorado, principalmente na Amazônia brasileira. O sucesso de ações de conservação dependerá de futuros projetos que visem explorar a taxonomia e ecologia dos tatus, preguiças e tamanduás presentes nesse bioma.